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Blog que retrata sobre os mais diversos
assuntos de Psicologia e suas abordagens.
Acadêmicos: Alessandra Schindler,
Giane Assmann, Luciane Pillar e Mateus
Kratz.






sábado, 28 de novembro de 2015

Parentalidade: condições, responsabilidades e desenvolvimento

Por Giane Assmann



                                




                Parentalidade: condições, responsabilidades e desenvolvimento




Segundo a Onu/Unicef a responsabilidade de prover as condições básicas de sobrevivência do recém-nascido é de responsabilidade de seus progenitores ou cuidadores primários, para que assim a criança tenha assegurado seu desenvolvimento psicológico, físico e social. Então através dessa abordagem da Convenção dos Direitos da Criança poderemos entrar no conceito de parentalidade, ou seja, um conjunto de cuidados no sentido de assegurar o desenvolvimento e sobrevivência do bebê e que este seja em ambiente seguro e que seu cuidador proporcione a criança uma socialização para que esta venha a se tornar mais autônoma.

Não podemos em hipótese alguma esquecer que o contexto que definirá se a parentalidade é de fato suficiente, será o âmbito em que ela está socialmente construída, visto que disso depende as crenças culturais e as impressões subjetivas relacionadas ao contexto, pois a parentalidade difere de cultura para cultura em especial a interdependência e dependência. Bronfenbrenner e de Belsky indicam que existe 11 dimensões de parentalidade, subdivididas em 3 atividades parentais que seriam conforme quadro abaixo.

 
                        



Atividades parentais são a conglomeração de atividades indispensáveis para que ocorra uma parentalidade suficientemente adequada, (cuidados físicos, emocionais e sociais, controle e disciplina, desenvolvimento). Seu objetivo é assegurar que a criança não sofra com as adversidades bem como auxiliar em situações positivas que irão acontecer no decorrer de sua existência. Quanto ao nível físico os pais deverão lhes garantir alimentação, higiene, proteção etc., já no nível emocional, entra em questão as atitudes de respeito pela criança como indivíduo, como suas emoções integram seu comportamento.


Podemos entender a parentalidade como uma interação positiva e sólida entre a criança e o ambiente (físico e interpessoal), proporcionando um laço seguro e previsível e dando uma orientação otimista em relação a novas experiências. A qualidade de vinculação (segura, insegura ou desorganizada) é de suma importância no desenvolvimento da criança, bem como a relação afetiva (carinhosa ou rejeitante).


Quanto aos cuidados sociais, a sua intenção é a de garantir que a criança não seja isolada dos seus pares ou adultos no curso do seu desenvolvimento. Estas seriam as operações que os pais deveriam efetuar com os seus filhos desde o nascimento, incluindo o estímulo parental para o cumprimento de determinadas atividades pela criança, bem como supervisionar esses desempenhos para assegurar que os seus comportamentos estejam “dentro de limites razoáveis”.


No termo controle e disciplina, a imposição de limites dependerá das expectativas culturais e pessoais dos próprios pais, por exemplo se ir a escola é uma atividade “inegociável”, e brincar na rua por tempo indeterminado é “negociável”, pode ser porque eles passaram isso na infância, mas esse assunto sempre gerou “ variações de opinião”, pois cada um dos pais carrega uma “bagagem emocional”, com relação ao que deve ou não ser negociado.


Mesmo entre os teóricos não existe um consenso em relação aos níveis e tipos de limites próprios para uma criança. As Atividades de Desenvolvimento são acompanhada pelos desejos dos pais de que a criança desenvolva todo o seu potencial em todas as áreas de sua vida. Áreas funcionais estão relacionadas aos principais aspectos do funcionamento da criança, (saúde física, saúde mental, comportamento social, funcionamento educativo e intelectual).


Nessa área se envolverão elementos que se ligam com o desenvolvimento da criança e precisam da atenção parental, ex. o estado físico da criança, o seu bem-estar, as suas necessidades de sobrevivência. Aqui a parentalidade é essencial para a prevenção de danos e para proporcionar a criança um crescimento positivo. Quanto ao comportamento social infantil, os pais devem facilitar esse crescimento com respostas apropriadas para o reconhecimento e a aprendizagem das normas culturais e comportamentais, da sociedade em que vivem.


Quanto aos elementos relacionados a saúde mental eles são constituídos por pensamentos, sentimentos e comportamentos que a criança manifesta em relação a si própria e aos outros. Aqui poderá ser observado depressão ou problemas de comportamento, quando essas ocasionam um impacto importante das práticas educativas dos pais/cuidadores na resiliência da criança. E pré-requisitos, relativo ao conjunto de peculiaridades importantes para o desenvolvimento da parentalidade (conhecimentos e compreensão, recursos, motivação, oportunidades).


Os pré-requisitos de conhecimento e compreensão estão, de certa forma, interligados com a motivação, pois o conhecimento, por si só, poderá ser ineficaz se não for traduzido em ação. Essa motivação também pode ter seu lado positivo ou negativo, depende muito das questões de identidade ligada aos progenitores. Quanto aos recursos refere-se as abordagens interativas que os pais terão com as crianças, programas parentais informais, redes sociais, recursos materiais, ou seja, como eles preferirão interagir. Em relação a oportunidade inclui-se o tempo em que os pais irão dedicar para o desenvolvimento dessa parentalidade, a onde se destaca o envolvimento profissional de ambos que poderá acarretar menos tempo para com o filho.


Essas são as diferentes condições que envolvem ou que deveriam envolver um processo de parentalidade saudável, é possível observar a complexidade englobada neste processo. Pois é humanamente impossível uma criança desenvolver-se sozinha, são os pais que conduzem o seu meio de crescimento e desenvolvimento.




Referência



Fundamentos da família como promotora do desenvolvimento infantil: parentalidade em foco/ organizadores Gabriela Aratang Pluciennik, Márcia Cristina Lazzari, Marina Fragata Chicaro. -- 1. ed. -- São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal - FMCSV, 2015. Vários autores Bibliografia ISBN 978-85-61897-16-1

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